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História da moda 

                           em São Paulo

As mudanças no País e o impacto na cidade

É possível definir o que é a moda paulistana? Essa é a pergunta central, a que move este projeto. Mais que isso: é a pergunta que move a própria indústria da moda, que tem na cidade seu epicentro, que enxerga em São Paulo, ao mesmo tempo e paradoxalmente, sua inspiração e seu maior mercado, que busca na megalópole a sua razão de ser. Assim, o que resumiria a moda paulistana talvez seja a palavra tudo. Ou todos. “A metrópole permite a convivência”, diz a jornalista e pesquisadora de moda Cristina Braz. Sim. Sem a possibilidade de abrigar todos os estilos em suas ruas jamais São Paulo seria a urbe cosmopolita que se tornou.

Para Cristina, o estilo do paulistano hoje é representado pelo street (urbano). Pesquisa realizada por ela mostra um pouco de como o morador da cidade se vê. Pouco mais de 1/3 se definem donos de um estilo Básico (37% dos entrevistados). Pouco menos de 1/3 se definem Clássicos (29%). “A metrópole permite a convivência de diversos estilos, do hipster (os ultramoderninhos) à patricinha. Por ser muito grande, São Paulo tem também os segmentos regionais: o descolado da Vila Madalena, o mauricinho da Vila Olímpia e assim por diante.” Mas, acima de tudo, há um denominador comum: para ela, os paulistanos são os mais fashionistas do País.

A moda paulistana, que foi propulsora da moda do país ao longo do século XX, teve um desenvolvimento ainda maior ao longo deste começo do século XXI. E muito do que motivou esse salto foi a agenda de eventos relacionados ao universo da moda e da indústria têxtil. Essa combinação transformou São Paulo, considerada pelo historiador de moda João Braga “como a quinta principal cidade (do mundo) para o lançamento de moda, dividindo espaço com Tóquio”.

A virada de milênio, em 2000, marcou a era da globalização – tudo estava conectado e começaram a surgir as oportunidades para estilistas locais mostrarem suas criações ao mundo. Segundo a jornalista Cristina Braz nesse período o consumidor estava “sedento por novidades”. As coisas mudavam, e em altíssima velocidade, principalmente com a consolidação da internet e das conexões em banda larga, o caldeirão ideal para o aparecimento das redes sociais. “A moda, com sua ânsia pelo novo, certamente tem sido uma das indústrias mais impactadas por essa revolução”, diz Cristina.

O cenário globalizado e conectado tecnologicamente, em si, não seria suficiente para propagar a moda paulistana pelo mundo. Para que as coisas acontecesem foi fundamental o credenciamento da cidade na agenda global das grandes semanas de moda, cujo olimpo é resumido aos eventos de Paris-Milão-Londres-Nova York. Em 2001, a semana de moda Morumbi Fashion Brasil passa a ser chamada São Paulo Fashion Week, idealizada pelo empresário Paulo Borges. Segundo Cristina Braz, “graças ao espírito empreendedor de Paulo, a moda pôde se inserir como fator determinante no desenvolvimento econômico-industrial do país”. A jornalista diz que a SPFW contribuiu para a profissionalização de modelos, empresas de tecelagem, fiação, estamparia, estilistas e produtores, e de muitos outros setores. “Hoje, é a o maior evento de moda da América Latina e uma das cinco maiores semanas de moda do mundo”, diz.

Durante esses 15 anos, as coleções produzidas em São Paulo tiveram múltiplas influências. E algumas podem ser consideradas a cara da cidade. Como o upcycling – que pode ser traduzida como valorizar o ciclo, em que se utiliza a reciclagem nas peças. “A estilista Agustina Comas cria roupas 100% upcycling, usando como matéria prima camisas masculinas reprovadas no controle de qualidade das fábricas. O resultado são peças femininas como croppeds, chemises e vestidos exclusivos”, diz Cristina. Outra forte influência que surgiu nos últimos anos em São Paulo é a moda agender, mais conhecida como sem gênero. “O agender marcou várias coleções nas últimas temporadas e vem ganhando cada vez mais espaço também nas ruas”, afirma Cristina.

De 2000 até hoje, muitos estilistas se destacaram e consolidaram carreira dentro do mundo da moda não apenas nacionalmente, mas ultrapassando fronteiras. Nomes como, por exemplo, Alexandre Herchcovitch, Amir Slama, André Lima, Carlos Miele, Dudu Bertholini, Eliana Tranchesi, Fause Haten, Glória Coelho, Jefferson Kulig, João Pimenta, Pedro Lourenço, Ronaldo Fraga, Reinaldo Lourenço, Samuel Cirnansck e Trudi Guida, apresentaram suas coleções nas passarelas de moda em São Paulo, criaram visibilidade e se tornarem nomes nacionais conhecidos mundialmente.

Para os próximos anos boa parte da moda será representada por tecnologias. Na primeira temporada da SPFW de 2016 as pessoas já podiam adquirir as peças apresentadas logo após os desfiles. O conceito See Now, Buy Now (veja agora, compre agora) visto nas principais semanas de moda do mundo aportou na cidade. A indústria dos desfiles tinha como norma um delay entre o que era visto em passarelas e o que ficava disponível nas vitrines – basicamente uma diferença de seis meses. Com os desfiles agora sendo transmitidos quase em tempo real e comentados em todas as redes sociais imagináveis o mercado mudou e passou a exigir que a diferença entre o visto e o disponível desaparecesse. Em reportagem divulgada no site da SPFW, por Alexandre Ougata, “Riachuelo e Ellus 2nd Floor iniciaram a comercialização de suas peças (roupas e acessórios) no dia seguinte ao desfile”. De acordo com a matéria, ainda não havia balanço divulgado do quanto esta inciativa rendeu nesses primeiros dias. “Mas a julgar pelo entusiasmo dos fashionistas na pré-compra de Karl Lagerfeld por Riachuelo, os números devem ser animadores.”

Cristina é taxativa: “Acho que ficou bem claro que a moda já está com um perfume de que muitas coisas irão mudar e rapidamente”. E se existe alguma cidade brasileira – e das raras no mundo -- sempre adaptável ao novo, ao movimento e à velocidade ela é São Paulo.

Linha do tempo das tendências

Moda é algo que vive em constante mudança, então, apresentamos qual peça marcou cada ano – desde 2000 até os dias atuais. Muitas delas ainda são usadas ou facilmente encontradas em guarda-roupas paulistanos e de todo o País. Além disso, cada peça tem uma história pessoal – “lembra-se de quando usava calça cintura baixa?”! Veja, escolha o seu look e se identifique!

2000- Saia Jeans

2001- Calça Jeans cintura baixa

2002- Legguin 

2003- Bolsa Luis Viton

2004- Blazer exercito

2005- Vestidos com estampas

2006- Crocs

2007- Saia rodada

2008- Sandalia gladiadora

2009- Saia de prega

2010- Peças com transparência

2011- Color Blocs

2012- Vestido Longo

2013- Saia Mulet

2014- Jardineira

2015- Saia Midi 

2016-  Estilo Boho Chic

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@2016 by Caroline Fortunato. moda paulistana

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